A morte é certa?


Ao ver o fio de sangue a escorrer-me pelo tronco, apercebo-me que é o fim. Ao cair no chão, bato com a cabeça e sinto um turbilhão de pensamentos a percorrer-me cada neurónio. O que se passa?
Sim, já sei. Foste tu.
Arrancaste-me o coração com uma navalha, a sangue frio. Olhaste-me nos olhos, viste que morri por dentro. Porque? Não fujas com ele, por favor. Não me deixes aqui estendida, a morrer por ti. Não mereces a minha vida, nem nunca merecerás alguma vida dada por ti sequer. Porque és frio. O teu olhar é completamente vazio e cheio de orgulho. Tu é que devias estar estendido no chão por todo o mal que fizeste e o que irás fazer. Não mereces o meu coração. Devolve-mo. Não fujas.

Não, não é um sonho. O sangue continua a escorrer. Tu estás à minha frente com a navalha numa mão e com o meu coração na outra. Porque?
E foi o meu último respiro.

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